NEVER SLEEP FOREVER: 23 ANOS DE AUTOBONECO



GENESIS
(Março, 2016)

nascido de um sonho solitário
criado de uma mulher e um homem
dentro dos seus sonhos solitários

você não precisa de revolução depois de ter a revelação
- a evolução é um processo, nós não queremos repeti-lo
isto é infinito até nós morrermos
e a memória existe para continuar vivo

- futuro, não lute pelo esquecimento de lutar
os caminhos da realidade também passam pela mentira.




GENESIS

born from a solitaire dream
raised from a woman and a man
within their solitary dreams

you need no revolution after you got revelation 
evolution is a process we don't want to repeat it 
this is endless until we die 
and memory exists to stay alive

future, don't fight for the forgetness to fight 
the ways of reality also pass through the lie.



"SEM ESTEREÓTIPOS: AUTOBONECO!" 
ENTREVISTA ao RARO-ZINE
FEVEREIRO DE 2016, ATIBAIA/SP

Entrevista originalmente publicada no RaroZine


Conte um pouco do início já que o Autoboneco começou em 1993.

Qual foi a proposta musical adotada no início?ela mudou no decorrer do tempo?
Conte um pouco dos shows nesses mais de 20 anos. No decorrer desse tempo,o que foi se implantado a sonoridade da banda? quando começaram as projeções?
Sempre fomos uma banda de garagem, de som próprio e improvisação constante. Não seguimos uma linha, éramos adolescentes de 14 a 16 anos e autodidatas sem muita direção. Nascemos assim uma banda punk/pós-punk com melancolia, lirismo pessoal cru e muita energia ‘noise rock’, simples mas experimental desde os primeiros shows em 1995, e desde as primeiras gravações flertando com lados acústicos, o eletrônico e o instrumental, alternando essa presença com o passar do tempo e gravações e formações, sempre de modo artesanal e independente, por vezes obscuro. As projeções começaram e se tornaram diretas em 2008, tudo com material de vídeo próprio desde o fim dos anos 90
Na carreira da banda,as formações sempre foram “mutantes” ,diríamos com músicos diferentes,como era a escolha pra seguir com cada um em projetos distintos?
Amor e vontade e o acaso determinam uma situação, um trabalho em grupo ou uma gravação. As pessoas que mais se envolvem são aquelas que mais produzem. A primeira formação ao vivo durou três anos (’95-’98). Às vezes aleatoriamente gravamos uma parceria, uma só vez, e também eventualmente algum tema é incorporado ao set da banda. Procuro gravar todas situações possíveis, assim tenho muito pra editar e mesclar com o que eu componho e gravo sozinho. Sempre mixamos os sexos e origens diferentes dos indivíduos para gerar uma identidade sem gênero. Infelizmente muita gente que ficou anos na banda não acrescentou nada em ações simples como marcar shows, parcerias e divulgar de verdade o próprio trabalho. Só foram bem presentes sonoramente, improvisando e gravando. Eu e quem está presente temos que trabalhar pra continuar, felizmente faz sentido.


Vocês tiveram passagem pela Argentina,como foi e de que forma vcs criaram interatividade com o som lá?

Estivemos em cidades na região de Buenos Aires primeiro em 2011 e depois 2014. Foi sempre ótimo, shows pequenos, e nunca vi grandes diferenças de público desde que toco, o que variam sempre são os indivíduos e seus feedback nos shows. Não temos exatamente uma ‘cena’ fechada em lugar nenhum. Nossa maior interatividade na Argentina é com o Centro Social y Cultural “El Cañon”, em Moreno/BsAs. Uma também escola só hoje reconhecida pelo governo, que nos recebeu e promove suas atividades extraculturais e autônomas, um foco muito sério de resistência local. Tocamos com bandas legais mais improvisadas etc em Temperley da última vez e curti muito; o Renato Gimenez (Social Chaos, Armagedom, Caffeine), que integra o AUTOBONECO+<, tem um envolvimento maior e nos fez a conexão inicial.

A discografia do grupo é imensa,e cada disco tem sua particularidade,mas vc destacaria alguns que possuam um pouco mais de relevância?
Tenho alguns favoritos, mas são bem diferentes, como vc disse. Há uma linha condutora ou um “tom” que dá unidade a essas faces. Quem se interessa em full por algo mais “direto/noise rock” relevo o Hellven (2009) e o Live @ Caffeine (2010). Mais abstrato/instrumental, “Mulheres de Marte” (2008) e Gottanz Vol. 1 (2007); eletrônico, “PANORAMA PANCLASTA” (2012) e “Loko Live” (c/ Out Track Records, 2013). Um disco naïf folk, “Iron Care: perversões acústicas e músicas iguais” (2013). Mas lançamos em dezembro passado a coletânea DENSE MUSICK (1993-2015), com 25 faixas bem variadas fazendo essa panorâmica da AUTOBONECO+<. Nossos discos são livres quase todos @ http://autoboneco.bandcamp.com/ e vendidos em eventos e lojas (também via fb.com/extinção)
Agora vcs trabalham num 7″,como foi a escolha das canções,gravação,etc
São 5 faixas, 3 delas pequenos ‘clássicos’ (sic!) do AUTOBONECO+<; 1 delas é um som dos shows mais recentes, e a faixa "UTOPIA" surgiu em improvisação conjunta pela formação que gravou o disco e fez os sete shows 'TURNIHIL' Brasil/Argentina: Gabrielle Roz (baixo), Thiago Padilha (bateria/Projeto Trator), Renato Gimenez (synth/voz 2), Aran Carriel (voz, guitarra). A gravação foi muito bem feita ao vivo em take direto com produção maior de Luis Tissot e nossa consultoria no Caffeine Sound Studio.
Não temos apoio propriamente, mas alguns selos interessados que abraçaram a parceria pré-comprando uma cota de discos e assim somando-se ao catálogo e distribuição do nosso selo Platonic(A)Musick(A). E os integrantes também fizeram isso. A parceria maior foi a gravação no Caffeine Sound Studio em SP, com quem trabalhamos desde 2009.
O que vcs almejam pôr em prática em breve?
Continuamos gravando e lançando, agora numa intensidade maior; bastante material foi resgatado e muita coisa nova principalmente está sendo feita no formato atual – dual, Aran Carriel e Thiago Braga (Sociopata/Revel) – que viabiliza nossa organização, economia e produção. Fazemos nossos shows audiovisuais em praticamente qualquer lugar e começamos a agendar as datas novas pro aniversário de 23 anos do AUTOBONECO+< em março. Faça contato. Somos muito felizes pelo seu interesse no AUTOBONECO+<    AUTOBONECO.ORG

Copyfight! All rights are wrong / Words & illustrations by Aran Carriel 1993-2016


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